“Eu não matei minha mulher, quem matou já está preso”, diz prefeito

Prefeito e empregada tinham relacionamento de dois anos e ele havia prometido abandonar casamento




O prefeito de Lagoa do Sítio, José de Arimatéas Rabelo, conhecido como José Simão (PT), 50 anos, chegou a Teresina no início da manhã desta quarta(11) trazido preso, suspeito de matar a esposa, Gercineide de Sousa Monteiro Rabelo, 35 anos. Ele nega a acusação e disse que o acusado já está preso.

“Eu não matei minha mulher, quem matou já está preso”, falou para a imprensa ao chegar na Delegacia Geral.

Segundo o delegado Willame Costa, gerente de policiamento do Interior, que participou das investigações, o prefeito seria o autor do disparo que foi motivado supostamente por ciúmes. Ao ser questionado se o prefeito tinha um caso com a empregada, ele disse que sim.

“Foi ele quem matou e a motivação desse crime ainda seria ciúmes, tinha muito ciúmes da esposa e depois vamos dar mais detalhes”, destacou o delegado.

A empregada seria coautora que teria ajudado na execução e escondendo a arma e seria amante do prefeito. “É verdade que eles teriam um caso”, afirmou.

O delegado afirmou que o Gercineide de Sousa Monteiro Rabelo teria morrido ainda dormindo. “O tiro pegou no ouvido e alojou do lado direito da cabeça, provavelmente ela tenha sido morta ainda dormindo”, acredita Willame Costa.



Após prestarem esclarecimentos na Delegacia Geral, no Centro de Teresina, o prefeito Zé Simão e a empregada Noêmia foram encaminhados para o Instituto Médico Legal, no bairro Saci. Eles se recusaram a comentar o caso quando abordados por jornalistas.

O delegado Geral Riedel Batista disse que o trabalho de depoimento dos acusados está encerrado. Ele afirmou que houve contradições nos depoimentos e que a situação é a de que o prefeito acusa a empregada Noêmia e a empregada acusa o prefeito Zé Simão. "Não há mais nada para ouvir, a investigação foi rápida e o caso está 100% solucionado."

O prefeito Zé Simão e a empregada Noêmia já estão em Teresina. O prefeito chegou primeiro à Delegacia Geral e prestou depoimento, depois conversou com o seu advogado, Lucas Villa, que afirmou ainda estar se inteirando do caso. Noêmia Maria da Silva Barros, 43 anos, natural de Valença do Piauí, foi levada para Delegacia Geral em seguida.

Noêmia deve ficar presa na Penitenciária Feminina. Há informações de que o prefeito deve ficar na Polinter, como ele tem foro privilegiado, o Tribunal de Justiça deve fazer o julgamento do caso.

Presa, a empregada acabou entregando o prefeito. Eles já confirmaram que tinham um relacionamento amoroso há pelo menos dois anos e ela é casada também. Pressionada, após os peritos indicarem que um disparo de arma de fogo matou a primeira-dama, a mulher acabou mostrando onde estava a arma do crime, escondida no forro da casa.