Tudo pelo voto


Em época de eleição nada mais natural do que de cócoras com o eleitor sapo. Tudo é possível. Chorar em velório, frequentar cabaré, rezar nas missas, bailar no tambor, fazer boquete e até liberar o possível e imaginável.
Não existem regras. Tudo é aceitável, desde que renda votos. Foi rídicula a cena do pré-candidato Flávio Dino pegar na madeira com gosto de quem vive e revive o São João.
Patética e, sobretudo, oportunista a cena de Dino esfregando entre as mãos duas madeiras duras. Pegava nas matracas sem a menor intimidade, mas com a volúpia de quem deseja brincar o boi.
E agora vem o São João, em junho. Flavio Dino nunca foi visto em nenhuma brincadeira do período. Mas tudo pelo voto, ele estará nos terreiros, vestido de Mãe Catirina, de Cazumbá e, quem sabe, até debaixo0 do Boi de Maracanã, com a madeira subindo e descendo a cada apresentação.
E não se assustem se o comunista se apresentar com uma peruca de rastafári, bem ao estilo dos regueiros natos, para mostrar que sempre foi fã de Bob Marley.
E, pasmem os senhores, se em junho ele decidir assumir a causa de uma minoria sofrida e aceitar o papel de madrinha da Passeata Gay, na Litorânea.