Fala-se muito da pobreza do Maranhão, dos indicadores sociais aviltantes que humilham e colocam o estado nas últimas posições sócio-econômicas do país, mas a percepção dos mecanismos que resultam nessa realidade, raramente são abordados e quando o são, o tema é tratado de maneira superficial.
Para piorar, a realidade vergonhosa persiste há tanto tempo que há um processo de deterioração e cansaço; as pessoas começam a perceber tais fatos com naturalidade e desinteresse, quando essa realidade deveria gerar no mínimo revolta.
O movimento Diálogos pelo Maranhão, liderado pelo presidente da EMBRATUR, Flávio Dino (PCdoB), tem produzido resultados interessantes do ponto de vista da discussão da realidade maranhense e da produção de possibilidades de mudança dessa realidade.
Muitos temas que inexistem na agenda pública de políticos e dos meios de comunicação, vem à tona a partir das conversas empreendidas com a população no interior do estado.
Por exemplo: Muita gente não entende porque o Maranhão não tira mais proveito da exitosa produção agrícola em Balsas. Em sua passagem pelo município, Flávio Dino ouviu de produtores rurais o que soaria inacreditável: eles investem entre R$ 500 mil e R$ 700 mil na recuperação de pontes, cascalhamentos e estradas num trecho de aproximadamente 107 quilômetros próximos a Balsas.
A máquina de propaganda do governo Roseana repete incessantemente que o governo promove a construção de estradas, quando a dolorosa realidade é que sequer num dos mais importantes centros agrícolas do estado, os produtores que tem que se virar sozinhos para garantir o escoamento da produção.
Dino tem ouvido depoimentos igualmente dramáticos por outras regiões. Na passagem do Diálogos pelo Maranhão pelo município de Vargem Grande, constatou-se na prática, os efeitos deletérios dos indicadores sociais aviltantes: Segundo dados do IBGE, 44,9% da população de Vargem Grande está na extrema pobreza. Isso significa que praticamente metade da população do município vive em estado de semi- mendicância.
Resultado: O movimento Diálogos pelo Maranhão em sua passagem por Vargem grande ouviu apelos desesperados pela geração de empregos para a população, com quase 30% de analfabetismo.
Roberto do Juvenil, liderança do município, fez um depoimento narrando o êxodo de maranhenses para outros estados por conta da falta de oportunidades: “Mesmo com tanta terra boa, com tanta coisa boa, o povo do nosso campo acaba indo pra outros lugares em busca de uma vida melhor. Vão até para canaviais de São Paulo, deixando o Maranhão”, relatou Roberto.
O isolamento geográfico e comunicacional dessas regiões acabou por transformar o movimento Diálogos pelo Maranhão numa espécie de esperança para dar visibilidade e a partir daí criar uma agenda positiva para o Maranhão.
fonte: Maranhão da gente