O PASTOR E O POLÍTICO: REFLEXÃO ÉTICA

As pessoas estão cada vez mais confusas a respeito da ética e do papel que desempenha a igreja, estão cada vez mais fechadas quando o assunto é igreja, pastor, e o lugar que estes ocupam na sociedade hoje em dia.


É preocupante a reação das pessoas quando veem um pastor na televisão, a resposta de imediato que vem é "Esse dai é mais um ladrão ou no mínimo um aproveitador".

É mesmo incrível que, com o avanço que as igrejas tem tido nos dias atuais, quero dizer, a sua propagação através da mídia ela não tenha conseguido mudar essa imagem, pelo contrário piorou, os jargões do tipo todo pastor é ladrão e todo crente é assim assado parece estar cada vez mais arraigado na sociedade. 

Mas, realmente não é pra menos, e isso se dar pelo fato da própria igreja estar confusa do seu papel, a mesma igreja que praga libertação através de expulsão demoníaca é mesma que da conselhos de como se deve agir com seu cônjuge nessa ou naquela situação apelando ai já pra um nível de consciência.

Pastores hoje estão perdidos não sabem se curam através do exorcismo ou através de discursos que serve como manobra desesperada de dizer procure um analista. Eles se colocam no púlpito pra fazer uso da psicologia moderna pra tentar manobrar as pessoas "usando" a crença em Deus como ponto de partida e /ou como uma ferramenta pra chegar aonde quer ou na condição que ele almeja colocar o ser humano.

E pra mim caro leitor isso não aproxima ninguém de Deus pelo contrario afasta. Tais discursos de manobra através da psicologia e "indiretas" acabam por contaminar a alma, as pessoas logo percebem e chegam a conclusão de que a ação não é de Deus e sim do homem, e ai onde mora o perigo se homem cai que não é difícil, ai tudo cai " A casa cai também"

Pra terminar de lascar de vez, com a desculpa de defender os seus interesses, a igreja resolveu entrar de vez na politica que por sua vez passa apoiar candidatos próprios, dai meus caros, esses candidatos são apenas pessoas das quais não se sabe até onde vai a fidelidade delas com Deus e a igreja expondo muitas vezes através de escândalos ainda mais a imagem de Deus e dela.


Não adianta querer esconder o crescente envolvimento da liderança da igreja evangélica com a política secular. As relações são bem explícitas, e se manifestam através do apoio aberto aos candidatos em períodos eleitorais.

Em pleno século XXI, como deveria ser a relação de um líder cristão com um político?

Este é o primeiro de uma série de textos sobre igreja, pastor e política que pretendo escrever ao longo destes próximos dias. Desejo, num primeiro momento, provocar algumas reflexões sobre a conduta ética do pastor com candidatos que foram apoiados pelo mesmo.

É comum o discurso pastoral de que o apoio a algum político é para o benefício da igreja, onde em alguns casos o referido político é inclusive chamado de "amigo da igreja". Não querendo generalizar, afirmo que conheço políticos não-crentes (e conheço mesmo) designados de "amigos da igreja", que em seus gabinetes, em bares e outros locais, se gabam afirmando que "os pastores estão em suas mãos". Os tais políticos são geralmente corruptos e corruptores.

Alguns destes políticos, já sem mandato, continuam ocupando lugares de honra nas tribunas das igrejas, como se a eles algum favor fosse devido. O pior, é que alguns pastores devem mesmo favores pessoais aos tais.

Bem, para encurtar este post, vamos fazer um breve teste ético para saber como anda a relação das igrejas com os políticos. A resposta positiva a algumas das questões abaixo nos servirá de alerta. Se as respostas em sua maioria forem positivas, lamento informar que já nos encontramos nas mãos de "alguém", comprometidos e enfraquecidos moralmente, pois a quebra da ética compromete a moral.

Antes que alguém use o jargão do "moralismo", comum de quem não possui argumentos bíblicos e éticos para discutir o assunto, sugiro que reflita, na condição de um crente temente a Deus que você é, sobre as questões abaixo, lembrando que nem tudo que é legal é biblicamente, eticamente e moralmente correto.

Questões:

1. Já recebeu no passado (ou ainda recebe) dinheiro, presentes ou privilégios de algum político que porventura apoiou?

2. Recebe por algum cargo comissionado ou por alguma função pública que exerceu ou não exerceu, conquistados através de políticos que porventura apoiou?

3. Tem parentes e familiares empregados em gabinetes (cargos comissionados e assessores fantasmas), ou favorecidos profissionalmente por políticos que porventura apoiu (privilégio indireto)?

4. Algum político que porventura apoiou  pode jogar na cara, revoltados com aquilo que chamam de "traição" as questões aqui citadas?

5. Algum político que porventura apoiou  pode nos pedir novamente apoio, com base em algum favorecimento pessoal já nos outorgado.

6. Algum político que porventura apoiou, pode sair por aí, afirmando em conversas de gabinete ou nos bares da vida que estão em suas mãos?

Que cada um reflita sobre a sua própria condição. Este texto é essencialmente reflexivo.

Escrevo com amor e temor, na tentativa de abrir os olhos daqueles pastores que com uma consciência pura desejam servir a Deus, e exercer com toda a autoridade o seu ministério, não tendo do que ser acusado nas questões e fatos aqui tratadas.

Num outro post pretendemos discutir as questões éticas envolvidas no favorecimento da igreja local, enquanto instituição, pelos políticos.

Abraços,